Teles mandam carta para Maia criticando parecer prévio da MP 952

Nesta terça-feira, 4, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu uma carta assinada por seis entidades do setor de telecomunicações criticando o parecer prévio da Medida Provisória nº 952/2020, apresentado no dia anterior.

Editada em abril, a MP prevê a prorrogação do prazo para pagamento de tributos para empresas de prestação dos serviços, aliviando as consequências financeiras provocadas pela pandemia da Covid-19

No caso das operadoras, os tributos em questão são o Fistel, Condecine e CFRP.

Na correspondência, as entidades lembram a importância das telecomunicações e ressaltam que as empresas precisaram fazer “pesados investimentos” para implantar nova infraestrutura e fazer a manutenção da atual, para atender o aumento médio de 30% de uso.

A cara diz ainda que o setor vem se empenhado na manutenção de 1,7 milhão de empregos (diretos e indiretos), mesmo depois de longos períodos de lojas e pontos de vendas fechados.

Entretanto, o setor se diz preocupado com a última versão do relatório prévio, que, segundo as entidades, traz “insegurança jurídica” sobre temas relevantes e que não tiveram tempo de ser devidamente debatidos.

Além disso, o parecer também fixa uma correção monetária retroativa para os valores de tributos devidos pelas empresas, o que as associações consideram que vai na “contramão do atual momento econômico”.

Também há críticas para a proposta do “Plano Emergencial de Conexão Solidária”, que convida as operadoras a voluntariamente oferecer um auxílio mensal de R$ 20, por três meses, na forma de bônus, para clientes que sejam beneficiários do Programa Bolsa Família.

Destes R$ 20, R$ 15 seriam convertidos em créditos para as empresas, que poderiam ser utilizados para deduzir de seus tributos a pagar.

“A MP reconheceu o momento de crise e a importância do setor para manter a sociedade conectada e os empregos. Além disso, o desenho do Plano Emergencial de Conexão Solidária não é factível da forma apresentada. Primeiramente, não há sentido em condicionar o diferimento tributário à adesão ao Plano já que os tributos serão quitados no mesmo exercício fiscal, não havendo ônus ao Estado. Em segundo lugar, se trata de uma política pública — ou seja, é de responsabilidade do Estado — cuja adesão deve ser voluntária, respeitado o princípio da liberdade econômica”, diz a carta das entidades.

O setor de telecom pede que a Medida Provisória seja aprovada da forma que ela foi publicada originalmente em abril.

O relatório prévio estava na pauta desta terça-feira, 4, mas Maia adiou a votação para esta quarta-feira, 5.

A carta foi assinada pelas entidades: Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint); Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel); Federação Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra); Associação Brasileira de Provedores de Internet e TV por Assinatura de Pequeno Porte (Associação NEO); Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas SindiTelebrasil (TelComp); e Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal.

Fonte: Minha Operadora