Por: Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores
Biden venceu. Foi uma vitória do sindicalismo americano, da democracia, da ciência e das instituições. A AFL-CIO participou ativamente da campanha eleitoral. Além de Biden, esse apoio foi fundamental também para a vitória de Kamala Harris, a primeira mulher negra a chegar à vice-presidência, abrindo as portas para que outras mulheres participem cada vez mais da política.
O papel dos sindicatos norte-americanos foi fundamental para a recuperação de Biden no Arizona, Nevada, Michigan e Pensilvânia, estados que deram a vitória a Trump em 2016. A Constituição dos EUA garante que a passagem do poder seja feita de forma ordenada, legal e pacífica. Como tem sido historicamente. Os trabalhadores ameaçam uma greve geral se Trump não entregar o poder pacificamente. O governo Biden tem o propósito de fortalecer os sindicatos.
Biden venceu porque conseguiu convencer a maioria dos eleitores de que será capaz de restaurar a civilidade no jogo político. Em seu discurso da vitória, Biden deu ênfase à necessidade de erradicar o racismo sistêmico e destacou a participação de gays, transgêneros, latinos, asiáticos e populações nativas e defendeu que o diálogo com toda a sociedade é fundamental, especialmente com o partido republicano, seu adversário nas eleições.
A UGT, que pratica um sindicalismo cidadão, ético e inovador, concorda com as propostas de Biden, especialmente com o diálogo com toda a sociedade. A nossa central faz isso aqui no Brasil e esperamos que o exemplo americano, com a eleição de Biden e Kamala, traga ventos novos para o nosso País. E que o nosso sindicalismo, apesar de ter como adversário o governo Bolsonaro, que quer nos destruir de todos os jeitos, saia vencedor, na defesa dos trabalhadores. Que em 2022, quando elegeremos o nosso novo presidente, copiemos a eleição americana.
Não inventaram nada melhor do que a democracia para derrotar a barbárie.