Presidente da Câmara comentou que a decisão sobre o edital do leilão deve ficar com a Anatel e não com o governo.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou hoje, 16, que a politização sobre o 5G pode encarecer o gasto dessa nova tecnologia, se o Brasil impedir a participação dos chineses na implementação das redes da telefonia móvel de quinta geração. Fez referência à pressão feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que aliados não use equipamentos da gigante chinesa Huawei, e também às recentes manifestações do presidente Jair Bolsonaro sobre o leilão das frequências do 5G.
“Espero que a gente deixe a política de fora e entenda a importância da concorrência para beneficiar o cidadão. Nesse caso, se não tiver a concorrência no produto mais barato, quem vai pagar a conta é a sociedade brasileira”, argumentou parlamentar, ao participar de uma live promovida por empresários.
Maia criticou os embates entre o governo e representantes da China no Brasil. “Temos um governo que tem uma visão liberal na economia e isso tende a trabalhar sempre pela garantia da maior concorrência. Tirando esse embate ideológico, que eu acho que não é produtivo, entre parte do governo e o embaixador chinês. Acho que isso atrapalha, não apenas nesse leilão, mas pode atrapalhar em outras áreas principalmente no agro”, disse.
DECISÃO DA ANATEL
Nas palavras do presidente da Câmara, as regras do leilão devem ficar com a Anatel. “É uma decisão da Agência Nacional de Telecomunicações, Anatel. Nem do governo deveria ser. Espero que o Brasil tenha uma concorrência com o maior numero de participantes para garantirmos qualidade e preço. Se a concorrência não for ampla, há um risco do custo de implementação do 5G no Brasil ser muito alto e um atraso na implementação de uma nova tecnologia”, afirmou Maia.
Programado para o fim deste ano, o leilão do 5G deverá ser realizado somente em 2021. O avanço do novo coronavírus prejudicou a realização de testes de convivência entre o sinal e os canais de TV transmitidos por antenas parabólicas, necessários para fundamentar o edital da disputa.
FONTE: TELESÍNTESE