Relatório Social Panorama da América Latina e Caribe 2022 mostra que a pobreza atinge 45,4% dos menores de 18 anos da região, onde a pobreza extrema afeta 82 milhões de pessoas
A pobreza segue crescente na América Latina e no Caribe devido aos efeitos da pandemia da covid-19, alerta a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). De acordo com dados do relatório “Social Panorama da América Latina e Caribe 2022”, apresentado nesta quinta-feira (24/11), em Santiago, a pobreza atinge 45,4% dos menores de 18 anos da região, onde a pobreza extrema afeta 82 milhões de pessoas.
O órgão das Nações Unidas estima para 2022 um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,2%, que cairá para 1,4% no próximo ano, ainda pelo chamado efeito prolongado da pandemia, principal fator de impacto nos resultados de desenvolvimento social.
“Após um forte crescimento da pobreza e um leve aumento da desigualdade de renda em 2020, como consequência da pandemia da covid-19, 2021 registrou uma redução nos índices de extrema pobreza e pobreza e um crescimento dos estratos de renda média, que não foi suficiente para reverter totalmente os efeitos negativos da pandemia”, explica a publicação.
Em 2021, a taxa de pobreza na América Latina atingiu 32,3% da população total da região (uma redução de 0,5 ponto percentual em relação a 2020), enquanto a taxa de pobreza extrema foi de 12,9% (0,2 ponto percentual a menos que em 2020). Até o fim de 2022, a pobreza atingirá 32,1% da população (percentual equivalente a 201 milhões de pessoas) e a pobreza extrema, 13,1% (82 milhões).
A ligeira diminuição do nível de pobreza e uma ligeira aumento da pobreza extrema em relação a 2021 ocorrem devido aos efeitos combinados do crescimento econômico e da dinâmica do mercado de trabalho e da inflação.
Faixa etária
De acordo com o estudo, os mais afetados pela pobreza representam 45% da população infanto-juvenil e a taxa de pobreza das mulheres de 20 a 59 anos é superior à dos homens em todos os países. Da mesma forma, a pobreza é consideravelmente maior na população indígena ou afrodescendente.
Fonte: Correio Braziliense