Um novo capítulo do plano de recuperação judicial da Oi acontece em agosto, quando a operadora deve apresentar uma mudança. Segundo Julian Alexienco Portillo, engenheiro de telecomunicações, professor e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, o objetivo é “criar quatro segmentos ou estruturas de telecomunicações para desmembrar tantos ativos como passivos, criando a possibilidade de venda dessas estruturas”.
Ainda de acordo com ele, a ideia é investir em infraestrutura, incluindo fibra óptica, “objeto de direcionamento da empresa como foco principal e estratégico segundo a diretoria da companhia”, diz o especialista. O ajuste permitiria que a operadora torne possível a expansão dos negócios com investimentos em fibra ótica, especialmente no segmento de banda larga fixa. E, é claro, oxigenar as condições de pagamento aos credores.
Portillo acha possível, inclusive, a que a Oi disponibilize o segmento de telefonia celular para venda no mercado, abrindo chance para seus concorrentes de adquirir a infraestrutura e a base instalada de clientes. Se isso acontecer o impacto será forte na área de telefonia móvel, pois a rede da Oi mudaria o cenário de concorrência. “A Vivo, o grupo Claro e a TIM certamente terão interesse nesse segmento ou unidade de negócio da Oi, hoje representando 16,25%”, destaca o pesquisador.
Ele destaca que, caso a Vivo adquira a infraestrutura da Oi, ela dispararia como líder de mercado, visto que já tem 33% de participação. Se a aquisição for feita pela Claro, que detém quase 26% do mercado, a operadora poderá “encostar ou até mesmo, passar para a primeira posição no ranking”, afirma. Assim como a TIM com 23,25%, terá as mesmas chances de assumir a primeira posição.
“Evidentemente esse cenário pode variar, pois não necessariamente toda a base de clientes da Oi permanecerá àquela operadora que porventura venha adquirir a rede móvel da Oi por muito tempo, seja ela por questão de apreço pela operadora, seja pelo preço do plano ou pacote de serviços que será transferido ou até mesmo por cobertura da rede da operadora”, lembra Portillo.
Fonte: Infra