Fundo gerido pelo BTG superou oferta feita pelo Digital Colony. Negociação inclui nomes para o comando da Infraco – Amos Genish será o chairman da empresa – e até a integração com a Globenet, operadora atacadista controlada pelo banco.
A Oi analisou a oferta feita pelo fundo FIP Economia Real, gerido pelo banco BTG Pactual, e concordou entrar em negociações exclusivas de venda de 51% das ações com direito a voto na Infraco, sua unidade de infraestrutura óptica. Agora ambas as empresas entram em discussões confidenciais por 30 dias, que poderão ser prorrogados por mais 30 dias.
Ao final do processo, havendo convergência entre proposta do comprador e interesses da vendedora, o fundo deve se tornar o stalking horse – aquele que tem a preferência na aquisição e poderá cobrir qualquer oferta concorrente.
A expectativa dos envolvidos é que o leilão judicial seja marcado para acontecer um mês após o término das negociações e confirmação do stalking horse.
O Tele.Síntese apurou que pesou a favor o detalhamento do projeto enviado pelo BTG, já com indicação de conselho de administração, nomes para a diretoria. O chairman da Infraco seria, pela modelagem, Amos Genish, ex-presidente da Telefônica Brasil. Ele trará outros nomes consagrados do setor para trabalhar a seu lado, propôs o BTG. E o CFO será já do grupo BTG.
Além disso, a proposta trouxe contratos, projeções de retorno financeiro e preparação para futuros aumentos de capital. Vale lembrar que no começo do ano, a CFO da Oi, Camille Faria, avisou que era fundamental que as propostas previssem mecanismos de liquidez para a companhia. Ou seja, que a Oi pudesse vender mais de sua participação no futuro.
Banco e operadora também têm uma relação antiga. O BTG comprou a fatia da Oi na operadora atacadista Globenet em 2013, por R$ 1,74 bilhão (número da época). Agora, o ativo deve retornar ao grupo Oi, pois a proposta prevê integração à Infraco.
A Oi confirmou na última semana de janeiro o recebimento de duas ofertas vinculantes pela Infraco. A unidade de fibra óptica tem 400 mil km de rede instalada no país. A tele não revelou valores ou condições das propostas. Uma veio do BTG, outra do fundo norte-americano Digital Colony (dono da Highline no Brasil). Ambos traziam, informou a companhia, valores acima do preço mínimo estabelecido, que era de R$ 9 bilhões pelo controle social.
Fonte: Telesíntese