Medidas equivocadas, anunciadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) divulgadas no último dia 19, de bloquear o telemarketing abusivo, estão gerando demissão em massa no setor de call center. A decisão, além de não melhorar os incômodos causados aos consumidores, causa insegurança às empresas. Isso porque as ações do órgão regulador estão atingindo, principalmente as empresas que geram empregos e não aquelas que não empregam e utilizam somente equipamentos denominados de robocalls, em chamadas curtas de três segundos. Nos últimos três meses, cerca de 60 mil trabalhadores, a maioria jovens e principalmente mulheres, perderam o emprego, e agora com a nova decisão publicada hoje, as demissões vão aumentar ainda mais.
A União Geral dos Trabalhadores (UGT) e os sindicatos filiados à central, já haviam se manifestado e procurado uma audiência com o Conselheiro da Anatel Emmanoel Campelo, responsável pela edição dessas medidas. Nosso objetivo, além de evitar a perda de empregos, era encontrar uma forma mais eficiente para evitar as ligações inoportunas, sem que se perdesse empregos. Um dia antes da reunião acontecer, o Conselheiro, sem justificativa plausível, anunciou seu cancelamento.
Em um país com mais de 10 milhões de desempregados, é uma tremenda irresponsabilidade o que está sendo feito dentro da Anatel. Nós, UGT e dos sindicatos representantes dos trabalhadores do setor, pedimos que a Anatel fiscalize, com seriedade, as “empresas” que perturbam diariamente os brasileiros e que respeitem os trabalhadores e, em busca de uma caminho que atenda à todos, promova uma reunião com todos os segmentos envolvidos, contemplando os sindicatos de trabalhadores e as empresas, que em seu conjunto geram mais 1 milhão de empregos de carteira assinada considerando totalmente a diversidade presente em nossa sociedade, pois o segmento de telemarketing e teleatendimento emprega jovens que estão entrando no mercado de trabalho, mulheres, negros e LGBTQIA+. Acreditamos que, só assim, iremos encontrar uma solução que preserve os empregos e não traga aborrecimento à sociedade brasileira.
Reforçamos que este não é o momento apropriado para “jogos políticos” e sim de preservar o sustento e o trabalho de milhões de brasileiros e brasileiras.
Fonte: UGT