Segundo Rodrigo Abreu, 2022 será o ano de transição da Oi rumo a um novo modelo de negócio resultante da separação estrutural, desinvestimento no móvel e fim da recuperação judicial. O fluxo de caixa será positivo, estima, em 2023.
Embora a Oi tenha trabalhado para vender rapidamente os ativos considerados não essenciais conforme seu plano de recuperação judicial, o escrutínio regulatório pode postergar a efetivação das transações. Segundo Rodrigo Abreu, CEO da companhia, já se admite um pequeno atraso no aval do Cade para as operações, em especial no caso da Oi Móvel.
Em reunião com analistas realizada nesta manhã, 13, o executivo disse acreditar que as análises regulatórias e concorrenciais serão concluídas até o final do ano, e o fechamento dos negócios poderá, então, ser selado no começo de 2022. A previsão inicial era de conclusão dos negócios até o final deste 2021.
“Esperamos a aprovação da venda do móvel no começo de 2022. Da Infraco, deve vir antes, final do quarto trimestre de 2021 ou começo de 2022. De qualquer forma, 2022 será ano em que todas a vendas estarão concluídas, teremos feito a transição para os novos donos, e teremos uma nova Oi conforme anunciado”, afirmou.
Tanto a venda da Oi Móvel para as rivais Claro, TIM e Vivo, quanto a venda da Infraco para fundos geridos pelo banco BTG, precisarão de aval da Anatel e do Cade. Mas, conforme as falas do executivo, a análise do Cade em relação à transação do móvel é a mais sensível.
Neste caso, é bom lembrar, há objeções sendo apresentadas às autoridades. Algar, Telcomp, Associação Neo, Idec, apresentaram reclamações quanto à transação e foram aceitos como terceiros interessados pelo Cade. Abreu não teceu comentários sobre o assunto. Executivo da TIM, uma das compradoras, afirmou semana passada, no entanto, não ver motivos para esperar que a transação seja barrada.
RETORNO AO AZUL
Abreu também reiterou as expectativas do corpo de diretores da companhia para o retorno do fluxo de caixa positivo. Ainda este ano, disse, a Oi seguirá queimando caixa, como previsto no plano de recuperação judicial. O objetivo da queima é garantir investimentos de R$ 2 bilhões na expansão da rede de fibra óptica.
Para 2022, considerado o ano da transição por Abreu, a situação será ainda de geração negativa de caixa. Em 2023, a nova Oi estará operando com fluxo positivo, em função da migração de boa parte do Capex para a Infraco.
“Esperamos ter fluxo de caixa positivo após a venda dos ativos e transição do móvel e da Infraco. O ano de 2022 vai ser um ano de transição, então esperamos chegar nesse nível em 2023, e a partir de então, a tendência será ainda mais positiva. O maior Capex estará na Infraco. Então em 2023 teremos um nível de EBITDA acima de 20%, e Capex abaixo de 10%, que representa um resultado orgânico positivo”, afirmou.
Fonte: Telesíntese