A avaliação é do vice-presidente da Ericsson Brasil, Marcos Scheffer, em debate na Futurecom
O 5G é a principal ferramenta tecnológica para o desenvolvimento do país. Em cinco anos, a implantação das redes pode trazer R$ 9 bilhões de investimentos, que vão gerar cerca de 200 mil empregos diretos e o recolhimento por volta de R$ 70 milhões de impostos e contribuições. Em 10 anos, a tecnologia deve contribuir com 2,4% do PIB brasileiro.
A conta é do vice-presidente de Redes e Serviços Gerenciados na Ericsson Brasil, Marcos Scheffer, que participou, nesta sexta-feira, 30, de webinar sobre 5G na Futurecom. Segundo ele, um atraso na implantação da tecnologia pode levar o país ao atraso. Além da realização do leilão, o executivo defende a liberação rápida das frequências e a volta da discussão sobre neutralidade de rede. “Para que as operadoras possam oferecer serviços para a indústria com velocidades diferenciadas, baixa latência, com segurança jurídica é preciso voltar a esse tema”, afirmou.
Pelas estimativas do mercado, o mundo terá, ao final deste ano, 190 milhões de assinantes do 5G e 2,8 bilhões em 2025, com 65% da população mundial coberta pela tecnologia, disse Scheffer. Segundo ele, um ambiente de colaboração é primordial para o desenvolvimento do 5G no Brasil.
Para o presidente da Algar, Jean Borges, o avanço do 5G no país vai depender também da participação dos provedores regionais no leilão das frequências. “Sem isso, as pequenas cidades ficarão distantes das oportunidades que essa tecnologia habilitadora traz”, observou.
O diretor de Soluções Integradas da Huawei do Brasil, Carlos Roseiro, por sua vez, acredita que o 5G vai se desenvolver primeiro na indústria e no agro, mas pode ter também um papel importante na conexão de pessoas, na última milha. Nesse caso, a tecnologia é indicada para localidades que concentram 2,5 mil domicílios por km2.
OPENRAN
O diretor de Product Management da Qualcomm, Hélio Oyama, disse que a companhia tem trabalhado muito na evolução dos sistemas de suporte ao 5G. O responsável pela operação da RFS – Radio Frequency System na América Latina, Wilson Conti, vê a necessidade de soluções indoor para o 5G, em redes privadas.
O CTIO da TIM, Leonardo Capdeville, prega uma “co-opetição” no 5G, mistura de colaboração e competição, com compartilhamento de rede, infraestrutura passiva e serviços. Mas disse que a operadora não vai ficar esperando e já toma ações para a chegada do 5G. Em três cidades, por exemplo, está testando rede 5G DSS na tecnologia FWA e promete implantar a primeira rede OpenRan do Brasil.
O diretor do Departamento de Aprimoramento do Ambiente de Investimentos em Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Artur Coimbra, afirmou que o governo sabe da importância do 5G no crescimento do país e está fazendo sua parte. Ele citou o decreto que regulamentou a Lei das Antenas e o empenho que vem empregando para desonerar os dispositivos para Internet das Coisas (IoT). Ele acredita que a implantação da tecnologia terá o mesmo caminho das outras, ou seja, terá um avanço mais rápido que na média dos países.
Fonte: Telesíntese