Preocupações sobre a interferência da rede nos voos não cabe ao Brasil, uma vez que a faixa é diferente da usada nos EUA; entenda o caso.
Nesta terça-feira (4) por meio de comunicado ao CNN Brasil Business, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que não pretende adiar o cronograma de lançamento do 5G no Brasil, embora os Estados Unidos tenham atrasado a implementação da tecnologia em duas semanas.
A preocupação com a quinta geração de conectividade móvel veio após as empresas de aviação dos EUA afirmarem que pode ocorrer interferência do 5G nos voos no país. Com isso, as operadoras AT&T e Verizon junto com a indústria de aeronaves firmaram um acordo para adiar a implementação, que ficou para 19 de janeiro.
No caso em questão, as companhias aéreas alegam que a proximidade da infraestrutura de 5G com aeroportos poderia atrapalhar a realização de voos, por causa de uma interferência entre a frequência da tecnologia e os radioaltimetros usado para determinar a altitude de um avião, sendo que isso resultaria no cancelamento ou adiamento em massa de voos por riscos de segurança.
Na nota, a Anatel afirmou que “acompanha o assunto com atenção e cautela”, e que “a convivência entre os serviços móveis, como o 5G, e os radioaltímetros é uma questão debatida internacionalmente há anos”.
A agência afirma que a frequência que será utilizada no Brasil é a de 3,5 GHz e corresponde a faixa de 3.300 a 3.700 MHz, inferior à utilizada no país norte-americano, que vai de 3.700 até 3.980 MHz.
“Já os equipamentos utilizados nos aviões (radioaltímetros) operam na faixa de 4.200 a 4.400 MHz. Assim, o 5G no Brasil está afastado em pelo menos 500 MHz da frequência de operação desses equipamentos, enquanto nos Estados Unidos esse afastamento é de pouco mais de 200 MHz”, afirma a nota.
Dessa forma, o distanciamento que há entre as faixas do 5G e dos aviões apresentam “melhores condições para a convivência e menores riscos de interferências no território brasileiro”, segundo a Anatel. Entretanto, o órgão também disse que “caso a Anatel identifique a necessidade de medidas adicionais para a proteção de equipamentos utilizados por aviões, estas serão adotadas e divulgadas oportunamente”.
Sobre a solicitação da Embraer de realizar um ensaio de voo e em solo sobre a susceptibilidade das aeronaves produzidas pela empresa, a Anatel afirmou que está avaliando o caso.
Fonte: Minha Operadora