CEO da TIM, Alberto Griselli, ressalta que acordo para uso da rede neutra da V.tal não tem obrigações e está muito no começo, o que minimiza preocupações
O CEO da TIM Brasil, Alberto Griselli (no primeiro plano e à direita na foto acima), afirmou na manhã desta sexta-feira, 10, que a empresa não está preocupada com eventuais problemas que a crise na Oi possam gerar à V.tal, com quem tem acordo de uso de rede para venda de banda larga por fibra no varejo.
Segundo o executivo da TIM, o contrato de uso da rede da V.tal é seguro, pois não traz obrigações de ocupação de rede. O modelo é pague o que usar.
“As implicações [de uma nova recuperação judicial da Oi], neste momento, são pouco relevantes para nós porque temos um acordo sem compromissos com a V.tal. Acabamos de lançar um piloto, estamos ainda em early stages. O risco que nós temos com relação a isso é controlado”, falou ao ser perguntado pelo Tele.Síntese.
Criada com rede fixa óptica da Oi, a V.tal fornece infraestrutura em todo o Brasil para operadoras de todos os portes. A TIM anunciou parceria para levar banda larga fixa no ano passado, e neste ano iniciou projeto para vender o serviço de internet fixa no estado no Paraná usando a rede neutra.
A V.tal tem a Oi como sócia minoritária e utiliza ativos que fazem parte da concessão de telefonia fixa, como torres, dutos e postes. Com dívida de R$ 29 bilhões junto a credores financeiros, a Oi saiu em dezembro de uma recuperação judicial iniciada em 2016. Mas na semana passada já pediu proteção contra credores, sinalizando que vai pedir nova recuperação judicial em breve. A Anatel criou um grupo de trabalho para acompanhar de perto a situação da companhia, e não descarta intervir para garantir que o serviço da concessionária seja mantido com qualidade.
A Oi é o inquilino principal das redes da V.tal. A TIM é secundária, e por isso, não tem compromissos, explicou Griselli. Outro ponto em que uma nova recuperação da Oi pode afetar a TIM diz respeito à migração de clientes adquiridos com a compra de parte da Oi Móvel. Neste caso, afirma o CEO, a migração estará completamente concluída em março.
“O nosso relacionamento direto com a Oi, então, vai acabar por aí. Depois disso, permanecemos apenas como concorrentes”, falou Griselli.
Fonte: Telesíntese