Embora tenha fechado com ganhos, o grupamento não quer dizer que as ações irão parar de cair, segundo analista de investimentos da Finacap.
Na sessão desta segunda-feira (09), primeiro dia após o grupamento, na proporção de dez para um dos ativos, as ações ordinárias da Oi (OIBR3) fecharam com alta de 3,12%, cotados a R$ 1,65. Na sexta-feira, último dia antes do grupamento, os papéis da empresa estavam a R$ 0,16. Os ativos preferenciais OIBR4 também foram alvo do grupamento; para essa classe, houve queda de 0,19%, a R$ 5,29.
O grupamento de ações da Oi se trata de uma decisão para que as ações da empresa se adequem às regras da B3, pois segundo a bolsa, uma ação não pode ser negociada abaixo de R$ 1. Além disso, o grupamento é para diminuir a volatilidade das ações da tele, pois quando é negociada na casa dos centavos, as oscilações bruscas são consideradas normais.
Quando as ações de uma empresa passam mais de 30 dias consecutivos sendo negociadas abaixo de R$ 1, a própria Bolsa notifica e pede o grupamento. No caso da Oi, seus papéis estão sendo cotados a centavos desde o ano passado, sendo que a tela, por várias vezes, conseguiu prorrogar o grupamento.
Mas será que o grupamento de ações resolvem o problema? De acordo com o Info Money, agrupar as ações não garante que o preço do ativo irá parar de cair. Inclusive, o caso recente da Saraiva (SLED3;SLED4), mostrou o contrário.
Felipe Moura, analista de investimentos da Finacap, explica que “O grupamento em si não faz a ação cair, mas normalmente quando a empresa passa por um grupamento, já está vindo de um movimento de queda que levou aquele preço a um patamar muito baixo”.
“A continuidade na queda se deve muito mais aos fatos dos fundamentos da empresa continuarem se deteriorando, do que do fato do grupamento em si”.
No caso específico da aOi, os investidores mantêm seu pessimismo. Na última semana, a equipe de research do Santander Brasil rebaixou a recomendação das ações ordinárias da Oi de “manutenção” para “abaixo de mercado” (equivalente à venda). Segundo o banco, o motivo da ação foi a queima de caixa maior do que a esperada nos nove primeiros meses de 2022, além da redução do consenso para os resultados operacionais no curto prazo.
“Embora a Oi tenha apresentado um desempenho significativamente inferior no acumulado do ano (-77% contra o Ibovespa), ainda vemos um risco/retorno pouco atraente para as ações. Acreditamos que a empresa deve continuar enfrentando desafios operacionais nos próximos anos, marcados por um nível ainda elevado de queima de caixa em 2023 (de aproximadamente R$ 2 bilhões)”, diz a equipe, composta pelos analistas Felipe Cheng e Cesar Davanço.
Na medida do banco Santander, ainda houve a atualização do preço alvo, que saiu de R$ 0,90 para R$ 0,15, 6,25% abaixo do fechamento da véspera, de R$ 0,16).
Fonte: Minha Operadora