Grande quantidade de crianças e adolescentes brasileiros dizem que tiveram contato com conteúdo sexual, suicida ou violento nas redes. Solução passa pela educação, diz UIT
Se por um lado o Brasil figura em listas que mostram o desenvolvimento do mercado local de internet, por outro, faz parte de um triste ranking: o de países em que crianças e adolescentes ficam mais expostas a conteúdos prejudiciais.
Levantamento divulgado hoje, 6, pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), com base em dados da pesquisa Global Kids Online, de 2019, aponta que a internet brasileira é insalubre e cheia de ameaças. Conforme o Relatório Global de Conectividade 2022, 15% das crianças e adolescentes brasileiras entre 9 e 17 anos já se depararam com conteúdos sexuais; 11% com conteúdos relacionados a suicídio; 12%, de autoagressão; 21% se encontraram com desconhecidos que conheceram online; e cerca de 22% disseram que já foram maltratadas online.
O relatório da UIT ressalta que as redes sociais devem ser consideradas um risco ao desenvolvimento infantil, por levarem a problemas psicológicos. Diz o relatório que há associação entre aumento da depressão e do uso das redes sociais, por exemplo.
Os problemas com crianças e adolescentes se concentram em países menos desenvolvidos ou em desenvolvimento. Figuram ao lado de Brasil Áfria do Sul, Ghana, Bulgária, Albania, Filipinas, Uruguai, Chile e Itália (a grande exceção).
Segundo a UIT, estão mais suscetíveis aos riscos da internet crianças e adolescentes com baixa autoestima, com contato tardio à internet. Os riscos crescem conforme ampliam o uso da web. Outro fator preocupante é a incompreensão das crianças quanto ao uso de seus dados pessoais.
Para a organização, no entanto, tais problemas devem ser atacados sem privar o contato das crianças e adolescentes com a tecnologia. A proposta é que os dispositivos sejam confiáveis, que haja educação digital nas escolas e envolvimento das comunidades para orientar os jovens a fazer o bom uso do acesso à rede.
Fonte: Telesíntese