Estudo aponta que há uma desigualdade no acesso à internet de qualidade no país, que pode comprometer gravemente segmentos da sociedade.
De acordo com um estudo “O Abismo digital no Brasil”, realizado pela PwC Brasil em parceria com o Instituto Locomotiva, dos 81% da população brasileira acima dos 10 anos que possuem acesso à internet, somente 20% contam com uma conexão de qualidade.
De acordo com um estudo “O Abismo digital no Brasil”, realizado pela PwC Brasil em parceria com o Instituto Locomotiva, dos 81% da população brasileira acima dos 10 anos que possuem acesso à internet, somente 20% contam com uma conexão de qualidade.
A baixa qualidade do sinal e o elevado custo dos planos e dos equipamentos têm provocado a desigualdade de acesso à conectividade, algo que pode ser prejudicial e compromete as opções de futuro para o país em relação à transformação do mercado de trabalho.
58% dos brasileiros têm acesso à internet exclusivamente pelos smartphones, algo que limita ainda mais o acesso a recursos digitais para informação, aprendizado e utilização de serviços. Segundo o estudo, é um quadro que limita drasticamente o acesso aos benefícios que a rede oferece, dificultando processos educacionais, e como consequência, ameaça o fechamento de oportunidade no mercado de trabalho para uma grande parcela da população.
Os investimentos em qualificação digital acrescentarão US$ 6,5 trilhões ao PIB global até 2030 e criar 5,3 milhões de emprego, no entanto, o abismo digital no Brasil pode deixar o país para trás, sofrendo consequências do aumento do trabalho informal, redução de produtividade, atraso no desenvolvimento humano e profissional, além da redução do acesso a serviços públicos, que estão sendo cada vez mais oferecido por meios digitais.
O estudo mostra que as classe C, D e E e a população negra são o que mais sofrem com a falta de qualidade no acesso à internet, sendo que parte dos brasileiros chegam a passar parte do mês sem conexão, enquanto menos de um terço pode ser considerada plenamente conectadas, em especial brancos das classes A e B.
Embora a infraestrutura seja deficitária em todo o país, segundo a pesquisa o problema mais grave se encontra nas regiões periféricas, uma vez que quanto menor for a disponibilidade de antenas, menor será a velocidade de conexão. O estudo aponta que 13,5 milhões de residências possuem conexão de banda larga móvel via modem ou chip, sendo que 9 em cada 10 desses domicílios são das classes C, D ou E.
68% dos participantes do estudo apontaram que a principal causa da ausência de rede de internet em casa é o elevado valor dos serviços.
“O abismo digital nos impede de aproveitar a enorme oportunidade representada pelas vagas de emprego que surgem com a tecnologia e nos deixa para trás em relação ao mundo, afetando nossa economia com a atração de menos investimentos por causa dessa falta de mão de obra qualificada. É preciso mudar essa realidade urgentemente para garantir tanto uma economia mais robusta como uma população mais bem preparada para o mercado de trabalho dos próximos anos”, afirma Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil.
Formação de profissionais
Não é nenhuma novidade que o avanço da tecnologia fará com que umas profissões sejam mais demandadas do que outras, assim como aponta o estudo. As ocupações que representavam 15,4% da força de trabalho global em 2020 encolherão para 9% até 2025. Novas profissões estarão mais presentes no mercado, como analista de dados e especialistas em inteligência artificial, passando de 7,8% para 13,5% da base total de empregados no mesmo período.
Outro ponto falado no estudo está relacionado ao número de vagas e a dificuldade das empresas em preencher essas vagas com profissionais qualificados. Dos entrevistados, 76% afirmaram que, sem internet, não conseguem se candidatar a uma vaga de trabalho, enquanto que 73% afirmou que quem não sabe usar a rede não consegue uma boa colocação no mercado de trabalho.
Fonte: Minha Operadora