Levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) também constatou que o desemprego é considerado o maior problema do país
Após dois anos de pandemia, que provocaram momentos de crise intensa no país, incertezas políticas em ano eleitoral e o recente conflito entre Rússia e Ucrânia, os brasileiros pensam como nunca na economia. Segundo um levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), temas como desemprego e inflação estão à frente de saúde, educação e segurança na lista de preocupações da população.
Pobreza foi a campeã de menções na pesquisa Brasileiros e Pós-Pandemia, devendo ser a primeira prioridade do governo, de acordo com 45% das pessoas. Já 31% defendem o aumento do salário-mínimo e 28% querem a queda da inflação. No geral, o custo de vida e a perda do poder de compra também tiraram o sono dos entrevistados, tomando o lugar de aspectos como saúde, educação e segurança.
Combate à corrupção e geração de empregos também tiveram destaque: são o motivo de preocupação mais relevante para 23% e 21% dos participantes, respectivamente. Em números menos expressivos, aparecem educação (20%), combate à pandemia (18%), serviços de saúde (12%) e segurança e combate à criminalidade (5%).
Os maiores problemas do país, conforme avaliação dos respondentes do estudo, são desemprego (41%), custo de vida e inflação (40%) e corrupção (30%). Há variação nas opiniões, no entanto, à medida que também variam escolaridade, renda e região do Brasil. Para a população analfabeta, o custo de vida (39%) e a pobreza (26%) são um problema maior do que o desemprego (25%), ao passo que 37% da população com renda acima de cinco salários-mínimos considera a inflação um problema maior do que o desemprego.
Mário Sérgio Telles, gerente-executivo de Economia, afirma que, em pesquisas semelhantes, as preocupações tinham a melhoria dos serviços de saúde no topo da lista entre 2014 e 2018. Em 2019, a saúde ficou em segundo lugar.
“Ocorre que o brasileiro comum percebe que a economia está andando de lado. Ele sente os efeitos da inflação no supermercado e nas contas de energia e transporte. O número de pessoas trabalhando está aumentando, mas em ritmo insuficiente para atender a quantidade de pessoas procurando trabalho, o que dá a sensação de que o desemprego não recua”, detalha o especialista.
Fonte: Correio Braziliense