Mais de 66 milhões já consultaram se têm valores esquecidos. Primeira fase de plataforma abrange R$ 4 bilhões a serem devolvidos para 26 milhões de brasileiros e 2 milhões de empresas.
Mais de 15,5 milhões de brasileiros e empresas com dinheiro ‘esquecido’ em bancos ainda não realizaram a consulta no novo site do Banco Central (BC).
Na primeira fase do SVR (Sistemas de Valores a Receber), foram liberadas as consultas a R$ 4 bilhões. O montante inclui valores a serem devolvidos para 28 milhões, sendo 26 milhões de pessoas físicas e 2 milhões de pessoas jurídicas, segundo o BC.
Até as 18h desta terça-feira (15), 66.150.837 clientes, pessoas físicas e empresas, tinham feito consultas no sistema para saber se têm algum dinheiro esquecido. Desse total, segundo o BC, 12 milhões de contas de pessoas físicas e 235 mil contas de pessoas jurídicas tinham algum alguma quantia a receber. Outros 53 milhões não tinham saldo.
Ou seja, 80%, ou 8 em cada 10 consultas, não encontraram valores a receber.
A consulta e resgate são feitos exclusivamente pelo site https://valoresareceber.bcb.gov.br/, lançado nesta semana pelo Banco Central.
Banco Central libera consulta de dinheiro ‘esquecido’ em bancos: saiba como fazer
Balanço das consultas, até 18h de 15/02
- Pessoas físicas: 64.739.954
- PF com saldo: 12.201.185
- PF sem saldo: 52.538.769
- Pessoas jurídicas: 1.410.883
- PJ com saldo: 235.678
- PJ sem saldo: 1.175.205
- Total geral de consultas: 66.150.837
Qual é o valor?
O primeiro acesso ao site do BC permite ver se há dinheiro a receber, mas não mostra o valor a ser devolvido. Ao fazer a consulta, o cliente do banco recebe uma data e período para consultar o saldo e solicitar o resgate.
O Banco Central não divulgou o valor médio esquecido nos bancos ou detalhes sobre a quantia que a maioria dos beneficiários irá receber. Informou apenas que os saldos “variam muito entre os beneficiados”.
Considerando o montante de R$ 4 bilhões desta fase 1 informado pelo Banco Central e o total de 28 milhões de beneficiários, incluindo CPFs e CNPJs, o valor médio a ser devolvido é de apenas R$ 142,85 por pessoa ou empresa.
Como fazer a consulta e pedir o resgate
- Acesse o site https://valoresareceber.bcb.gov.br/
- Segundo o Banco Central, os clientes precisam do CPF, no caso das pessoas físicas, e do CNPJ, no caso das empresas, para consultar a existência de recursos para saque.
- A página vai informar uma data para consultar os valores e solicitar o saque – anote esta data
- Na data informada, retorne à página https://valoresareceber.bcb.gov.br/
- Use seu login gov.br para acessar o sistema (clique aqui para ver como fazer o cadastro)
- Após o acesso, consulte o valor e solicite a transferência
Ao fazer esta primeira consulta, o cliente do banco recebe uma data e período para consultar os valores e solicitar o resgate do saldo existente. As datas são agendadas de acordo com o ano de nascimento da pessoa ou da criação da empresa, conforme calendário abaixo:
Calendário do Banco Central – Valores a receber
Data de nascimento (pessoa) ou de criação (empresa) | Período de agendamento (consulta e resgate) | Data de repescagem (para quem perder a data agendada) |
Antes de 1968 | 7 a 11/3 | 12/3 |
Entre 1968 e 1983 | 14 a 18/3 | 19/3 |
Após 1983 | 21 a 25/3 | 26/3 |
Saiba como ter login na plataforma gov.br do tipo ‘prata’ ou ‘ouro’
Como consultar valores de familiares que já morreram?
Tendo em mãos o número de CPF ou CNPJ e a data de nascimento ou de abertura da empresa, já é possível saber se há ou não recursos esquecidos vinculados a uma pessoa ou empresa – mesmo que o titular já tenha falecido, ou a empresa sido fechada.
Os procedimentos para a consulta dos valores e solicitação da devolução nesses casos, porém, ainda não foram detalhados pelo BC. O Banco Central promete informar ‘em breve’ quais serão os procedimentos para que a consulta de valores e o resgate possam ser feitos por terceiros.
BC vai liberar consultas a novo lote em maio
Quem não tiver valores a receber nesta etapa poderá ter nas próximas fases. Em 2 de maio, as consultas a uma nova fase serão abertas. O BC estima em R$ 8 bilhões o valor total a ser devolvido aos clientes em 2022.
Assim, quem não encontrou dinheiro na primeira fase de consultas, aberta na noite de domingo (13), ainda pode ter recursos a receber nas próximas etapas.
Entenda as fases da devolução
Na primeira fase do serviço são cerca de R$ 4 bilhões de valores a serem devolvidos para físicas e jurídicas. Os valores decorrem de:
- contas-correntes ou poupança encerradas com saldo disponível;
- tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, desde que a devolução esteja prevista em Termo de Compromisso assinado pelo banco com o Banco Central;
- cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários e participantes de cooperativas de crédito; e
- recursos não procurados relativos a grupos de consórcio encerrados.
O restante dos valores será disponibilizado a partir de maio e no decorrer deste ano de 2022, fruto de:
- tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, previstas ou não em Termo de Compromisso com o BC;
- contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas com saldo disponível;
- contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários encerradas com saldo disponível; e
- outras situações que impliquem em valores a devolver reconhecidas pelas instituições.
Segundo o Banco Central, os valores esquecidos nos bancos referentes a esta primeira fase serão devolvidos a partir de 7 de março. Para os demais valores, ainda não foram informadas as datas.
Fonte: G1