Um estudo recente da SmC+ Digital Public Affairs, a pedido da American Tower, aponta que o investimento em infraestrutura de telecomunicações pode chegar a US$ 4,5 bilhões (R$ 25,3 bilhões) até 2030 no Brasil. Segundo o relatório “Novas dinâmicas da gestão da infraestrutura de telecomunicações na América Latina”, os investimentos na América Latina devem chegar a US$ 17 bilhões (R$ 95,7 bilhões).
Depois do Brasil, vêm México (US$ 3,4 bilhões ou R$ 19 bilhões), Peru (US$ 2,2 bilhões ou R$ 12,4 bilhões) e Colômbia (US$ 870 milhões ou R$ 5 bilhões). São esses investimentos que vão garantir acesso massivo às novas tecnologias, de forma a ampliar seu impacto econômico. Se as operadoras destinarem o equivalente a 3% de sua renda anual a modelos de infraestrutura mais eficientes, podem atender à demanda até 2030.
A pesquisa aponta, ainda, que será necessária a implantação de mais de 240 mil novos sites de telecomunicações no Brasil até 2030. Quando considerada toda a América Latina, são 550 mil novos sites (quatro vezes o que existe atualmente). As principais motivações são a demanda por novos serviços de internet, a necessidade de acabar com o abismo digital e a chegada da tecnologia 5G.
A demanda crescente por conectividade e a necessidade das operadoras de ampliar sua cobertura e reduzir custos de implantação fazem empresas independentes de infraestrutura ganharem espaço. Elas já têm 57% dos sites graças a modelos mais eficientes e sustentáveis, que permitem que diferentes operadoras implantem ativos nas mesmas instalações.
Compartilhamento de infraestrutura
Isso garante, ainda, benefícios urbanos e ambientais. Segundo Sebastián Cabello, CEO da SmC+ Digital Public Affairs, se a participação de mercado de empresas independentes de infraestrutura crescer 10 pontos percentuais (de 57% para 67%) até 2030, o aumento no compartilhamento de sites deve ser maior. “Da ordem de 16 pontos percentuais [de 34% para 50%] no período.”
Apesar disso, é preciso considerar as barreiras que limitam a implantação desse tipo de infraestrutura na região. “O governo federal tem autonomia para legislar sobre telecomunicações”, explica Emerson Hugues, diretor geral da American Tower do Brasil.
São os municípios, entretanto, que definem o uso e a ocupação do solo. “E, na maior parte deles, a instalação de infraestrutura para telecomunicações”, destaca. “Isso deve se tornar mais crítico com o avanço do 5G e a necessidade de instalação de antenas nos próximos anos, já que será necessária maior coordenação e processos mais ágeis”, completa.
O documento recomenda que as autoridades colaborem e se coordenem entre si para garantir a previsibilidade nos processos de aprovação para a instalação de sites e torres. O empoderamento dos órgãos reguladores e o alinhamento dos governos locais serão fundamentais, não só para a implantação da infraestrutura de telecomunicações, mas para a transformação digital da região.
Fonte: Canaltech