Contic argumenta que equipes têm contato direto com pelo menos 30 milhões de pessoas, aumentando o risco de contrair a Covid-19.
AConfederação de Tecnologia da Informação e Comunicação (Contic) enviou carta ao Ministério da Saúde pedindo que seja considerada a possibilidade de incluir os trabalhadores do setor de telecomunicações na lista de prioridade de vacinação contra a Covid-19.
Em março de 2020, quando a pandemia ainda estava no início, os serviços de telecom foram considerados essenciais.
De acordo com a entidade, mais de 50 mil profissionais do setor foram contaminados com o novo coronavírus, 12 mil somente em março deste ano, um aumento de 170%.
A Contic calcula que como o grau de letalidade da doença está em torno de 2,6% em caso de contaminação, mais de 1.300 óbitos podem ter sido registrados somente entre esses profissionais.
A entidade também afirma que esses trabalhadores têm contato direto com pelo menos 30 milhões de pessoas todos os meses, durante as visitas técnicas para a instalação e manutenção em residências, assim como no atendimento aos consumidores.
“Incumbidos entre outras, das visitas técnicas de instalação e manutenção das redes de internet, dos pontos de telefone fixo e de TV por assinatura nas residências domésticas e (…) correm sérios riscos de contaminação pela Covid-19, pelo constante contato com pessoas dentro e fora dos ambientes de trabalho e objetos possivelmente contaminados a que ficam sujeitos em suas rotinas de trabalho”, disse a Contic.
A presidente da entidade, Vivien Suruagy, ressalta que o setor de telecomunicações e de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) manteve as atividades e os serviços em operação desde o início da pandemia, mesmo com a mudança no padrão de consumo das redes.
“Mas as nossas equipes ficam permanente expostas, porque isso é intrínseco às nossas atividades. Temos que entrar na casa dos consumidores, fazer a manutenção da rede externa, atender os consumidores, e isso aumenta significativamente o grau de exposição dos funcionários”, diz Suruagy.
Ela também lembrou que outras categorias – que também ficam expostas – foram tratadas como prioridade, como é o caso de professores e caminhoneiros.