Afirmações recentes do ministro da Economia, Paulo Guedes, são de que a atividade econômica do país apresenta trajetória de recuperação em “V”
A declaração do presidente Jair Bolsonaro, de que “o Brasil está quebrado” vai de encontro às afirmações recentes do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a atividade econômica do país apresenta trajetória de recuperação em “V”, ou seja, com a retomada na mesma velocidade da queda causada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus. Oficialmente, a equipe econômica espera que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 3,2% este ano, depois de um tombo previsto de 4,5% em 2020.
Tanto Guedes quanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendem a vacinação em massa da população como essencial para que a economia, de fato, se recupere em 2021.
No último ano, o governo precisou se endividar mais para bancar o aumento das despesas de combate à covid-19. A combinação da maior necessidade de financiamento com a aversão ao risco dos investidores, turbinada pela desconfiança em relação à continuidade do processo de ajuste fiscal no Brasil, levou o Tesouro a concentrar boa parte das emissões em títulos de prazo mais curto.
O Tesouro começa 2021 com uma fatura trilionária a ser paga aos investidores. A dívida que vence este ano já somava R$ 1,31 trilhão no fim de novembro de 2020, valor que deve crescer com a incorporação de mais juros. O desafio chega num ano decisivo para ditar os rumos das reformas consideradas essenciais para o equilíbrio fiscal do país — e, consequentemente, para a capacidade de pagar toda essa dívida no futuro.
O volume de vencimentos em 2021 equivale a 28,8% do estoque de toda a dívida pública interna e já representa quase o dobro da média de resgates nos últimos três anos. Mesmo assim, a equipe econômica sempre diz estar bastante “tranquila” em relação ao refinanciamento da dívida.
Pelo cenário traçado pelo Ministério da Economia, o Brasil deve acumular 13 anos de rombos sucessivos nas contas públicas. Com despesas maiores do que receitas desde 2014, o país deve manter essa tendência até 2026. A expectativa é de que as contas públicas só voltem ao azul em 2027.
Fonte: Correio Braziliense