O Canadá está sinalizando que pode não compensar os principais provedores de telecomunicações se o governo federal proibir equipamentos de redes 5G feitos pela chinesa Huawei, criando uma briga potencial por uma conta que pode chegar a 1 bilhão de dólares canadenses (758 milhões de dólares norte-americanos).
O Canadá, sob pressão dos Estados Unidos para proibir os equipamentos da Huawei Technologies por motivos de segurança, está estudando se permitirá que a empresa entre nas redes 5G de próxima geração do país.
Se Ottawa anunciar uma proibição formal, as empresas afetadas deixarão claro que querem uma compensação pela destruição de seus equipamentos Huawei existentes, disseram duas fontes próximas ao assunto.
Mas o governo liberal, que já pressiona as operadoras de telefonia móvel a cortar o que diz serem contas excessivamente altas, parece menos convencido.
“Não tenho certeza se há um caso legal sólido que teríamos de compensar por tomar uma decisão de segurança nacional adequada”, disse uma fonte do governo que pediu anonimato dada a delicadeza da situação.
Os políticos federais, disse a fonte, também tiveram que se preocupar com “a percepção pública de entregar 1 bilhão de dólares ou mais a empresas muito grandes”.
Ottawa passou quase dois anos estudando se permitiria a entrada da Huawei em redes 5G e, em junho, sem nenhum sinal de uma decisão chegando, os impacientes provedores canadenses resolveram lidar com o problema por conta própria.
Bell Canada e Telus Corp disseram que fariam parceria com Ericsson e Nokia Oyj, embora usem Huawei em suas redes 4G.
Especialistas técnicos dizem que é difícil casar o equipamento 5G de uma empresa com o equipamento 4G de outro fornecedor. Isso significa que a decisão de escolher a Ericsson acabaria forçando a Telus e a Bell a remover o equipamento 4G da empresa chinesa.
Bell e Telus não precisam agir imediatamente, já que um leilão crucial do espectro necessário para redes 5G não acontecerá até junho de 2021.
Fonte: Terra