LIVE É CANAL QUE VEIO PARA FICAR E DEVE SEGUIR REGRAS DE DIVULGAÇÃO, DIZEM ENTIDADES

Órgão regulador do mercado de capitais divulgou nesta quarta um ofício indicando as melhores práticas para os participantes desses eventos online (Por Mariana Durão)

RIO – As orientações feitas nesta quarta-feira, 26, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) às companhias abertas para a divulgação de informações em lives foi bem recebida por entidades ligadas às empresas e seus executivos. A visão do mercado é que as transmissões ao vivo iniciadas durante a pandemia vieram para ficar como canal de comunicação com o investidor, por isso é preciso buscar as melhores práticas.

O órgão regulador do mercado de capitais divulgou nesta quarta-feira, 26, um ofício indicando as melhores práticas para os participantes desses eventos online. Uma delas é divulgar um comunicado ao mercado, com antecedência, convidando a base acionária a participar do encontro, com data, hora e endereço eletrônico.

A vice-presidente da Comissão de Mercado de Capitais da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Ana Paula Reis, diz que a participação de executivos em lives pode democratizar a informação, desde que – como reforçou a CVM – com respeito às regras. Segundo ela, ainda há dúvidas sobre alguns pontos.

“Considerando que a orientação (da CVM) se aplica mesmo que a companhia não seja a organizadora do evento e seu representante seja um convidado, há alguma incerteza sobre como a CVM tratará eventuais executivos que realizem lives por suas contas pessoais, mas que eventualmente toquem em assuntos da própria companhia”, diz Ana Paula.

O Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) avalia que a iniciativa foi positiva e auxiliará as companhias a usarem a ferramenta respeitando os limites da regulação. Isso é considerado importante no contexto de boom de investidores pessoa física na bolsa. Durante a pandemia, essa presença cresceu e chegou a quase 3 milhões de CPFs, facilmente atingidos pelas transmissões na internet.

“Em um dia de road show virtual se alcança investidores de norte a sul. É um ganho de eficiência muito grande, por isso (a live) vai passar a ser uma ferramenta de dia a dia. Investidores e profissionais de RI só têm a ganhar”, diz Marília Nogueira, diretora de Comunicação do Ibri.

A Abrasca entende que os executivos não devem se utilizar de meios de comunicação alternativos (redes sociais) para se esquivar do cumprimento de determinações legais e regulamentares. O resumo da ópera é que as regras de divulgação de informações da CVM devem ser cumpridas independentemente do meio de comunicação utilizado para falar com o investidor.

Fonte: Estadão